Esquema que deu prejuízo de R$ 1 milhão para Caixa Econômica teve participação de funcionário do banco, diz PF
Família teria usado laranjas para abrir contas e fazer contratos de crédito. Polícia Federal cumpriu mandados de busca em operação contra investigados nesta quinta-feira (7). Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Palmas
Reprodução/Polícia Federal do Tocantins
O grupo criminoso que conseguiu dar um prejuízo superior a R$ 1 milhão na Caixa Econômica Federal, em Palmas, supostamente contou com participação de um funcionário do próprio banco. O esquema também teve envolvimento de dezenas de laranjas.
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Os detalhes da investigação estão na decisão da 4ª Vara da Justiça Federal que autorizou a operação ‘Decies Cetena Milllia’, realizada na manhã desta quinta-feira (7) em Palmas pela Polícia Federal. O documento revela o envolvimento de pelo menos cinco pessoas de um grupo familiar.
O g1 solicitou um posicionamento para Caixa Econômica Federal e aguarda resposta.
A investigação apontou que foram abertas 22 contas bancárias em nome de diferentes pessoas de baixa renda que se tornaram laranjas do esquema. Todas fizeram contratos de crédito indicando a empresa ligada ao grupo familiar, uma madeireira, como beneficiária.
Ao todo, foram pagos créditos que totalizaram R$ 1.047.870,88.
A polícia descobriu que essas contas foram abertas entre fevereiro e novembro de 2019, sem verificação de dados e análise de riscos, além de terem utilizado o endereço da própria madeireira para comprovação de residência. Todos os contratos de crédito foram feitos pelo mesmo funcionário do banco.
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A Justiça também verificou que após receber os valores, a empresa madeireira foi transferida para o nome de laranjas e depois encerrou as atividades.
Só que o grupo familiar suspeito de orquestrar as fraudes abriu outra loja no mesmo ramo, utilizando também o mesmo endereço e até os mesmos telefones da antiga empresa.
“[…] pode-se concluir que são fortes as evidências da prática de fraudes (ou peculato), de lavagem de dinheiro e associação criminosa por parte dos investigados”, diz trecho da decisão do juiz Adelmar Aires Pimenta da Silva.
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Reprodução/Polícia Federal do Tocantins
A operação
A operação ‘Decies Cetena Milllia’ foi realizada na manhã desta quinta-feira (7). Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Palmas.
As investigações também apontaram que as fraudes eram feitas por meio de abertura de contas e obtenção de créditos como financiamento e cartão de crédito.
Os indiciados poderão ser responsabilizados pela prática dos crimes de associação criminosa, estelionato qualificado e peculato. As penas somadas podem chegar a mais de 20 anos de prisão.
Segundo a Polícia o nome da operação ‘Decies Cetena Milllia’ faz referência ao montante do prejuízo causado à empresa pública federal. O nome significa ‘um milhão’ em latim.
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