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16/01/2025
Menina com hidrocefalia é adotada por casal de São Paulo após ser abandonada pelos pais biológicos em hospital
Tocantins

Menina com hidrocefalia é adotada por casal de São Paulo após ser abandonada pelos pais biológicos em hospital

dez 2, 2023


Evi e Marcelo conheceram a história da menina Lívia, através de um aplicativo de adoção desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Após história de abandono, menina terá oportunidade de recomeçar a vida. Série JA2: veja a história de uma tocantinense adotada por um casal de São Paulo
A menina Lívia, de apenas três anos, nasceu com hidrocefalia e paralisia cerebral. Logo após o diagnóstico, foi abandonada pelos pais biológicos em um hospital de Palmas. Mas o destino dela mudou por causa de um ato de amor. Um casal de São Paulo, que conheceu a história da pequena, decidiu adotá-la e deixar os dias dela mais felizes e cheios de cor.
O quartinho dos sonhos foi montado para receber a criança tão esperada. A decoração do ambiente foi inspirada em um jardim encantado, com flores, ursinhos de pelúcia e luzes coloridas por toda parte. Tudo pensado com muito carinho.
Casal de São Paulo adota menina com hidrocefalia, que havia sido abandonada pelos pais biológicos
Arquivo Pessoal
“Nós já temos algumas roupinhas, inclusive nós temos roupinhas de personagens, de leão, olha que bonitinho”, disse a corretora de imóveis, Evi Cristina Dantas, a mamãe da Lívia.
Lívia é uma criança atípica e poderia não despertar tanta atenção de quem está na fila para adotar uma criança. Evi e Marcelo deixaram o amor falar mais alto.
“Eu simplesmente senti meu coração acelerar e falei: ‘é ela’. Eu não pensei muito. Eu vi a foto dela, fiquei encantada”, disse a corretora de imóveis, Evi Cristina Dantas.
Lívia de três anos foi adotada por casal de São Paulo
Reprodução/TV Anhanguera
Depois de muitas idas e vindas, o pai buscou a filha no Tocantins para finalmente levá-la para casa.
“É um grande desafio e uma grande responsabilidade, mas vai dar tudo certo. A gente tem bastante amor, bastante carinho para dar para ela e eu tenho certeza que vai dar tudo certo daqui para frente”, celebrou o corretor de imóveis Marcelo Pereira Santos.
A família de São Paulo conheceu a história da Lívia por meio de um aplicativo voltado para adoção de crianças com deficiência ou com mais de sete anos de idade ou também grupos de irmãos. A ferramenta desenvolvida pelo Tribunal de Justiça do Paraná é aberta apenas para futuros pais ou mães que já estão em processo de adoção.
“Diante do perfil dela não ser aquele que normalmente as pessoas procuram para adotar, nós estamos felizes. Vamos iniciar agora o estágio de convivência”, ressaltou o juiz Adriano Gomes.
A adoção nesse perfil é rara, porque a maioria dos pretendentes busca perfis específicos de crianças, o que, geralmente, não inclui aquelas com deficiência. É por isso que o Sistema Nacional de Adoção enfrenta uma conta que nunca fecha. Enquanto mais de 35 mil pessoas estão cadastradas como pretendentes a adotar, mais de 4.500 crianças disponíveis para adoção seguem esperando por uma família.
Família monta quartinho para receber a menina Lívia em São Paulo, após processo de adoção
Reprodução/TV Anhanguera
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No ano passado, foram concluídas pouco mais de 4.400 adoções no Brasil. Desse total, só 2%, 117 crianças, tinham algum tipo de deficiência. Além disso, um em cada 10 apresentava problemas de saúde diagnosticados.
“O CNJ, no ano passou, editou uma portaria que permitia que as imagens das crianças e adolescentes, difíceis de serem inseridas, fossem parar no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, de maneira que aquelas pessoas que já estão ali descritas, podem ver o nome da criança, ver a imagem da criança, conhecer um pouco mais da história da criança. Isso, com certeza, facilita”, afirmou a juíza auxiliar da presidência do CNJ, Rebeca Mendonça.
A faixa etária também é um obstáculo nesse processo já que, enquanto a maioria dos pretendentes querem as crianças na primeira infância, praticamente oito em cada 10 crianças disponíveis para adoção já têm mais de seis anos.
Menina de 3 anos, adotada por casal de São Paulo, recebe tratamento médico ao se mudar para novo lar
Arquivo Pessoal
“É muito gratificante para o judiciário quando chega esse momento, da entrega de uma criança para um casal que está disposto a atendê-la em todos os sentidos no seu acolhimento. Torcemos muito para que tudo dê certo porque esse é um ato de amor”, disse a desembargadora Maysa Vendramini.
Foi assim que a adoção da Lívia chamou a atenção. Uma criança tão pequena e que já venceu tantos desafios merece uma nova chance de recomeçar e ser feliz.
“Ela é muito guerreira, essa criança. Eu digo que não foi a mãezinha de São Paulo que a adotou, eu digo que foi a Lívia que adotou eles porque eles são maravilhosos e sei que a Lívia vai ser muito feliz com eles”, disse a cuidadora Cristiane de Sousa.
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