Entenda como funciona o MQ-9 Reaper, poderoso drone dos EUA que vem sobrevoando Gaza
Um drone MQ-9 Reaper em um hangar na Estônia
Janis Laizans/Reuters/Foto de arquivo – 01.07.2020
Drones do modelo MQ-9 Reaper, fabricados por uma empresa americana, vêm sobrevoando a Faixa de Gaza nos últimos dias. Na sexta-feira (3), os Estados Unidos afirmaram que estão realizando voos com veículos aéreos não tripulados desarmados sobre o território palestino e fornecendo “assessoria e assistência” para apoiar Israel em seus esforços para o resgate dos mais de 240 reféns.
O Reaper é o maior e mais poderoso drone desenvolvido pela companhia General Atomics Aeronautical Systems Inc. A Força Aérea dos EUA descreve o veículo aéreo não tripulado principalmente como um “recurso de coleta de inteligência”, mas ressalta que a aeronave também pode ser armada com mísseis. Ela “fornece uma capacidade única de realizar ataques, coordenação e reconhecimento contra alvos de alto valor, fugazes e urgentes”.
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Segundo a General Atomics Aeronautical Systems, um Reaper tem cerca de 10 m de comprimento e aproximadamente 20 m de largura, podendo atingir uma altitude de mais de 15.000 m e ter um alcance de 1.850 km.
O modelo pode transportar até oito mísseis Hellfire guiados por laser e permanecer no ar por mais de 27 horas. Uma versão de alcance estendido com cápsulas de combustível transportadas pelas asas pode durar 34 horas sem reabastecimento.
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Em razão tecnologia do Reaper e de todos os seus recursos, o valor dele é estimado em dezenas de milhões de dólares. Em 2020, a Força Aérea informou que os novos modelos do tipo custavam cerca de US$ 32 milhões (R$ 158 milhões) cada.
Os Estados Unidos usaram esses drones para realizar ataques em diversas situações. Mais recentemente, em 14 de março deste ano, um Reaper conduzia o que o Pentágono chamou de missão de inteligência, vigilância e reconhecimento sobre o mar Negro, alvo de espionagem americana, quando colidiu contra um caça — tipo de avião militar — da Rússia.
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De acordo com os Estados Unidos, a aeronave russa despejou combustível na frente do drone americano e danificou a hélice do veículo aéreo, fazendo com que as Forças Armadas dos EUA decidissem derrubá-lo no mar Negro. O incidente aumentou as tensões entre as duas potências em meio à guerra entre Moscou e Kiev.
O Reaper foi usado pelos Estados Unidos também em 2020, quando foi responsável por um ataque que matou o principal comandante militar iraniano Qassem Soleimani, no Iraque, e no ano seguinte, contra os talibãs, quando os fundamentalistas recuperavam o controle de Afeganistão em meio à retirada das tropas americanas do país.
Vale ressaltar que os drones não são usados apenas pelos militares. A agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos, por exemplo, afirmou usar drones Predator B da General Atomics (a versão não armada do Reaper) para monitorar e responder a “ameaças nas regiões fronteiriças do país e abordagens aos EUA”.